quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

UMA RUA CHAMADA LEMBRANÇA

Outro dia durante a aula de Lingua Portuguesa , lendo o texto de João do Rio " A alma encantada das ruas " fiz uma observação ao pé da folha onde escrevi: Eu penso como tantos pensam , escrevo como tantos escrevem . Acabou-se a criatividade ou são os olhares dos sensíveis que são sempre os mesmos .Sabe por quê? Após a leitura do texto em referência tínhamos de escrever um outro , como se flâneurs fôssemos, para descrever uma rua de Belo Horizonte. Para minha surpresa já tinha pronto esse texto, desde muito, guardado no baú das minhas reminiscências. Ou seja , acho que, às vezes sou poeta e, se não fosse tão modesta, já teria escrito um livro. Também sempre sou flâneur , vagando pelas ruas como "vagabundos errantes " descritos por Baudelaire, sentindo o encanto existente por detrás de cada esquina.
Meu texto : A rua da minha infância
A rua da minha infãncia abrigava dundes e fadas , que espreitavam atrás de frondosas árvores a hora do entardecer, para se juntarem ao grupo de
crianças, em brincadeiras inocentes e em personagens de histórias encantadas.
Era uma rua larga mas de roupagem simples de paralepípedos ,que brilhavam como diamantes ao sol do meio dia. Só aceitava casas coloridas com varandas enfeitadas de flores em vasos de louça. Quando chovia muito permitia que se formassem ondas em suas margens, onde barcos de papel desciam velozmente ao encontro do mar de esperanças. A rua permanece na memória e é feita de lembranças . Não pertence a um lugar só em Belo Horizonte, são tantas as ruas da infância. Ela sempre vai existtir dentro de nós e se chama rua da saudade.
(19/02/08)
Se pudesse ter escrito um maior texto eu descreveria as folhas espalhadas pelo passeio , formando um mosaico de cores . Lembraria como ela era comprida e ao final se encontrava com o céu . No seu territorio só se respirava a alegria. Enquanto fomos crianças ela nunca permitiu que dobrássemos a esquina, era rainha que não permitia que seus súditos abandonassem o seu reino para ver as mazelas dessa vida. Ainda hoje percebo que ela continua lá, sorrindo e cercada de duendes e fadas, majestosa e imponente e com a certeza que é a rua mais importante de nossa vida.

Somos quem somos porque queremos.

É sério! A gente tem a chance de sonhar os sonhos que a gente quer. Daí a realizá-los é uma questão pessoal de luta, discernimento e vontade de vencer!

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BH, MG, Brazil
Sou na luta pela vida, alguém que não desconhece seus iguais. Sonha com a pureza de realizar algo que consiga sensibilizar o rude de coração e convencer o incrédulo que o amor existe se a gente deixar de amar só a nós mesmos.