sábado, 7 de fevereiro de 2009

A MORTE DE AICRAM

Aicram sempre foi uma mulher usada. Nunca foi ousada em expor a sua dor. Sofria, chorava e até passava mal, de desmaiar, mas tinha medo de ferir os outros ao demonstrar sua verdade . Seus sentimentos sempre foram muito puros. Pode-se dizer que era uma simplória, daquelas que querem agradar a todo mundo, concordando com a discórdia e apagando o fio do fogo do pavio. Parecia nem ter vida própria. Vivia do sorriso dos outros e da esmola do muito obrigada. Nem percebia o quanto riam dela e saiam de fininho quando se metia a querer conversar mais sério sobre os problemas que assolam a humanidade. Gostava de tomar seus drinques e, não raras vezes , pegava um "fogo". Não falava "abobrinhas " não . Só queria dividir suas opiniões e ouvir a dos outros para saber se realmente o caminho, ou a trajetória que o mundo vivenciava, era realmente importante para o contexto em que vivia. Tentava sempre ser amada e no mínimo ser reconhecida pelo que fizera em tempos passados e teimava em fazer no presente. Fazer o bem e não olhar a quem era clichê que ela vivia. Entre outros casos houve um quando, enfrentando ira de poderosos, lutara para libertar da prisão garota presa injustamente ao tentar entrar por vias ilegais em terras estrangeiras. Semana passada foi surpreendida pela terrível constatação de que realmente o ser humano é falso, prepotente , mentiroso e, especialmente, ingrato. Segundo ela, como os fatos apontavam, o mais importante na "porra desse mundo" era o vil metal : o dinheiro. Dinheiro que compra amizades, elogios, bens materiais. Aicram jaz morta enterrada em cova rasa de cemitério público de alguma cidade. No bilhete encontrado junto ao corpo de Aicram ela explica que o que a matou foi perceber que o maldito dinheiro havia "comprado" sentimentos.

Somos quem somos porque queremos.

É sério! A gente tem a chance de sonhar os sonhos que a gente quer. Daí a realizá-los é uma questão pessoal de luta, discernimento e vontade de vencer!

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BH, MG, Brazil
Sou na luta pela vida, alguém que não desconhece seus iguais. Sonha com a pureza de realizar algo que consiga sensibilizar o rude de coração e convencer o incrédulo que o amor existe se a gente deixar de amar só a nós mesmos.