quarta-feira, 12 de maio de 2010

ETERNAMENTE !!!

Sarita!
Vê se isto é nome que se dê para filha em pleno século vinte. Mas, é fato. E é personagem desta história maluca que eu ouvi em determinado salão de beleza.
O outro personagem atende pelo nome de Apolinário e... Vixe Maria! É mais um nome danado de esquisito.
Pois bem! Ambos já eram bem conhecedores de vida a dois, com outros parceiros, quando se apaixonaram.
A mulher, mais fogosa e bonita tinha um filho com o ex que, vira e mexe, era motivo de discussões à respeito de pensão. Pelo celular, enquanto quase queimava a cabeça da cliente com o secador ela discutia o assunto com o ex parceiro.
O diálogo era em alto e bom som e ultrapassava o barulho provocado pelo equipamento de beleza.
- Cê num vem buscar ele hoje não?
- Num dá. ( Ouvia-se a resposta pelo aparelho de alta tecnologia segundo o vendedor do melhor shopping da cidade situado no centro da cidade).
Com cara de paisagem a clientela fingia ler, entre tantos outros, o melhor jornal da região que trazia estampada em sua capa as fotos de um estrupador ensaguentado após o linchamento em via pública e uma mulher quase pelada.
-Eu sei! Ocê já se esqueceu dele, nem paga direto a pensão que, aliás, cê deve tá gastando com aquelas vagabundas.
- Quer saber, eu tô sabendo é que o que eu dou cê tá gastando é pr'á se enfeitar pro malandro do Apolinário.
-Ora! deixe esta conversa p'rá depois. Tô no trabalho cara!
Ainda assim, a conversa continuou por mais algum tempo entre mais umas duas quase queimaduras por distração da cabeleireira no manuseio do secador. Mas, valia pelo caso que, com certeza, seria contado após o telefonema e, também, pelo bom preço da escovadela.

Não deu outra.
Sarita, assim que desligou o celular começou e, com direito á platéia da qual eu fazia parte, descrever a seguinte história: Apolinário não gostava nada disso. Queria ser dono só. Mas o coração dela ainda estava inseguro.
A noite na cama estreita que servia de pretexto para um aconchego; ele reclamava da exclusividade.
E ela descrevia os diálogos com um sorriso maroto.
- Apoly vive reclamando que eu dou muita confiança para o pai do meu filho. Mas eu peço prá ele mudar de assunto e fazer amor.

Mas, o amor de "Apoly" não apagava a outra paixão dava para perceber. Que, por coincidência, ou não, como veremos adiante, também tinha o nome começado por A. Um nome mais decente - no bom sentido - Alexssandro, assim mesmo com dois esses como ela fazia questão de dizer.
Contou também que, de tanto participar das promoções do jornal comprado diariamente para ser lido pelas freguesas fiéis do salão "Novo Mundo", ela foi chamada para participar em uma delas.

Teria que apresentar uma prova de amor para aqueles que mais amava em sua vida. A promoção dava direito a quatro respostas, cada uma, publicadas em uma edição diferente do jornal.
Sarita não se fez de rogada.
Na data combinada lá estava toda bonita de salto alto. Cabelos jogados ao vento (fruto de uma boa química feita em seu salão), a voz tranquila e um sorriso enigmático.
- E então? Pergunta o responsável . Qual a sua prova de amor para quem você mais ama na vida.
Sarita apresenta uma bela tatuagem em suas costas que vai de um ombro ao outro, na qual exibe orgulhosa em letras garrafais, entremeada de figuras de rosas, a seguinte frase: ETERNAMENTE SUA, completada embaixo pelas iniciais: S. e A.

- Nossa! Diz admirado Agnaldo, um dos editores da promoção. E o que significa?
- Eternamente sua. Sarita eu, claro, e meu filho Alexssandro Júnior com dois esses .

- Que lindo! Vai ser publicada amanhã a sua primeira resposta.
Dia seguinte, editor a postos.
Sarita diz que todas as suas respostas mostrarão o mesmo significado do seu grande amor.
Ele se rende e diz a premiada que, para poupar tempo e dinheiro tão importantes na mídia, na vida, no mundo (blá... blá.. ) fariam todas as sessões naquele dia . As publicações sairiam em dias diferentes.
Sarita fingiu um sorriso de decepção básico, segundo ela. Mas dentro de si, de olhos fechados e punhos cerrados gritou silenciosamente um huhul! Era tudo que queria.
- E então para a edição de amanhã?
_ ETERNAMENTE SUA. Soraia e Antônio. Meus pais queridos.

-Na próxima quem será o seu amor?
- ETERNAMENTE SUA . Sarita e Apolinário
.
Sorrindo, e fazendo um meneio de cabeça, tipo: não estou acreditando, o responsável pela promoção pede para fotografarem a última edição com direito ao prêmio.
_ Para quem é esta declaração de amor tatuada de todo tamanho em seu corpo que fará parte da quarta edição do jornal?

- Ou ! É para Alexssandro pai do meu filho. Alexssandro com dois esses.
ETERNAMENTE SUA. Sarita e Alexssandro.
Inteligente como ela só, comprou a edição que dizia sobre para cada um. E, no momento certo, entregou para cada um deles.

Seu filho ainda não sabe ler. Cursa o primeiro ciclo de alguma escola particular que cobra caro e não ensina nada. Mas adorou rasgar a reportagem do time adversário para fazer foguete.
Seus pais se sentiram orgulhosos. Mas, estão preocupados com o interesse da mídia em divulgar que ela faz parte de uma das mais tradicionais famílias da sociedade em declínio que há.
Sarita, que não é boba nem nada, ganhou duas noites de amor inesquecíveis.
Em uma delas conseguiu a pensão que queria para seu filho.
Na outra , continua a ganhar as benesses do velho gagá Apolinário , vulgo "Apoly", de 60 anos, que ela agora apelidou de "El Azul".

MORADORA DE RUA DO MUNDO.

Creio que sou moradora de rua deste mundo louco. Ainda agora um caso com pessoas conhecidas me intriga e me faz desejar não ser parte de nenhuma micro, macro ou qualquer coisa que sintonize ser sociedade. Sem querer revelar nomes já adianto que são situações que me deixaram extremamente sensibilizada em um primeiro momento , para depois ficar completamente perplexa. Eu explico: R. é uma garota que desde cedo foi mimada pelos pais e irmãos mais velhos. Seus atos inconsequentes sempre foram justificados por acharem que ela fosse imatura, sofrida porque viveu um revés de amor- era muito novinha - e tantas outras desculpas vindas de uma rede de proteção que agia com amor. Talvez por encontrar tantos afagos gratuitos e não dar valor a verdadeiros sentimentos impedida que era pelo uso abusivo de drogas, envolveu-se com um homem sem caráter que conseguiu acabar com o resto de bom senso que nela ainda existia. Um indíviduo estranho que nunca foi de frequentar a família mas que por ter pai e mãe influentes e ter uma boa aparência tornou-se marido de R.. O que veio à tona depois de algum tempo, inclusive quando o casal já tinha filhos, é a estranha forma de relacionamento que eles mantinham com os amigos. As mulheres eram de todos. No ínicio, com certeza movida mais uma vez pelo extase proporcionado pelas drogas ela não se deu conta da real situação a que se expunha. Só quando a situação financeira do parceiro se tornou preocupante foi que quis sair fora. Procurou o conforto da família e mais uma vez encontrou o apoio necessário. Diante do caso inusitado foram unânimes não só em estender-lhe as mãos como tomarem totalmente seu partido. Uns diziam que a exposição ao vício era por problemas causados pela imoralidade praticada pelo parceiro. Outros, que isto era um dos assédios sexuais mais constrangedores. Houve quem ameaçou dar uma surra no indivíduo que havia rompido com os padrões que regiam a educação de R. Até alguns que não questionam estes novos tipos de envolvimentos não se sentiram à vontade diante do fato amplamente divulgado no círculo de amizades da mulher. Pois não é que dias destes mesmo depois de R. maldizer e execrar a tal figura, provocar sentimentos de revolta e ódio contra ele no seio familiar, ela aparece diante de todos o chamando de querido e no maior chamego. Atropelou sentimentos, causou mágoas e nem sequer deu satisfações para ninguém sobre sua nova postura. Não está nem aí. Linda, se prepara para a festa ao lado do amado, enquanto no encontro anual da família ninguém consegue disfarçar o mal estar. Ainda existem alguns, poucos, que por não terem conhecimento total dos fatos do "sofrimento" causado pela separação do casal sorriem por vê-los novamente juntos. Mal sabem que toda esta história na verdade está a ponto de separar é a família.

Somos quem somos porque queremos.

É sério! A gente tem a chance de sonhar os sonhos que a gente quer. Daí a realizá-los é uma questão pessoal de luta, discernimento e vontade de vencer!

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BH, MG, Brazil
Sou na luta pela vida, alguém que não desconhece seus iguais. Sonha com a pureza de realizar algo que consiga sensibilizar o rude de coração e convencer o incrédulo que o amor existe se a gente deixar de amar só a nós mesmos.