domingo, 29 de junho de 2008

CRÔNICA PUBLICADA NO JORNAL ESTADO DE MINAS EM 24/06/08


FÃ DE “ASPAS ” E DE PROGRAMAS ESPORTIVOS


* Márcia Cesar

O mês de maio, no calendário escolar, previa uma data para visita técnica em importante jornal do Estado. Fascinada pelo jornalismo, e tudo a ele relacionado, sequer consegui dormir direito na noite anterior ao evento. Apesar do silêncio e do clima ideal, que sequer provocou “vento indiscreto” para balançar a estrutura de alumínio da janela, acordei umas “x,y,n” vezes. Acendia a luz do “abajourt”e lembrava do “estrangeirismo” – vício de linguagem - estudado pela manhã na aula de Língua Portuguesa. Virava de lado e ressoava aos meus ouvidos o “sorriso” do meu filho achando graça da situação da “adolescente deslumbrada”. Virava de outro lado e escutava o “barulho sútil “ do sono relaxante do marido.
“Acordei com o sol a pino”. Adoro essa frase e também usar aspas. Perdoe-me quem discorda e “torce o nariz”. “Gosto não se discute e mais vale um gosto que um vintém”, afirma o ditado.
No portão da faculdade encontrei os “coleguinhas” que sempre chegam mais cedo. Cismei de comprar uma garrafinha com água que acabou acompanhada de chicletes, suquinho e até umas barrinhas de cereais “da hora” e da “moda”.
A professora, de longe, apontava o relógio no pulso e, com gestos característicos da mão, “dizia” que era hora de ir. Acomodados, nos bancos do ônibus, por afinidade e casos, partimos.
Nem bem saímos e, em plena sexta feira de manhã, no meio da avenida movimentada o ônibus parou por problemas mecânicos. O rosto suado e vermelho do motorista denunciava preocupação e nervosismo. A professora nem conversava direito. Formava par com o motorista no “quesito” preocupação. Eu apreciava, de “camarote” no meio do trânsito tumultuado, o conjunto arquitetônico da praça em frente. Exercia o meu direito de “flâneur” cantado por Baudelaire e o “olhar” ia perdido, como do poeta, pela paisagem.
O problema mecânico foi resolvido. Criou-se outro com o compromisso. Estávamos atrasados.
Após “negociação diplomática”, entre a professora de História da Comunicação e a gentil guia do jornal, fomos recebidos no parque gráfico. Lembrei do Cidiney, um ex-aluno. -“ Fessora já viu que tudo que é” fesso” tem a mesma cara” dizia ele. Nossa guia, ex professora e pedagoga, não negava a “raça”.
Seguimos para a redação localizada em área nobre da cidade. Uma jornalista com “ares intelectuais” foi nossa interlocutora durante a visita. Explicou sobre a função do jornalista e a importância das suas atribuições nos dias de hoje. “Haja” Mário Erbolato, Nilson Lage , Heródoto Barbeiro e tantos outros autores do meio.
O espaço amplo da redação é dividido em várias editorias. Qual não foi a minha surpresa ao “dar de cara” em uma delas com o jornalista que apresenta um programa na TV sobre esportes. Programa do qual meu marido é fã e eu “acabei” sendo por “analogia”. Daí foram só “flashes” das máquinas digitais e não sei mais “quais” para o registro do momento “histórico”. Eu, em “pose de fã”, fui um delírio só. Esqueci de pedir autógrafo e dedicatória, mas ganhei a promessa de ter meu nome e do marido citados na edição do programa daquela noite.
Sexta feira é dia de “happy” hour do marido. Ele chega mais tarde. Ao anoitecer estava cansada e com sono, “mas feliz”, em frente à TV. Esperava o momento do anúncio dos nossos nomes, para “consolidar” o papel de “fãs” em rede “quase” nacional. Na hora “costumeira” dessa parte do programa ... ADORMECI.

* Aluna do 3º período de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá – BH

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Sou na luta pela vida, alguém que não desconhece seus iguais. Sonha com a pureza de realizar algo que consiga sensibilizar o rude de coração e convencer o incrédulo que o amor existe se a gente deixar de amar só a nós mesmos.