domingo, 29 de junho de 2008

REPORTAGEM FEITA NOS JORNAIS ESTADO DE MINAS ; HOJE EM DIA E FOLHA DE S. PAULO SOBRE EDITORIA INTERNACIONAL
Data : 28/05/08


O DESAFIO NA CONSTRUÇÃO DAS NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

A construção das notícias internacionais começa pela leitura diária das notícias do mundo inteiro


Luciene Estevam e Márcia César

Quem lê as notícias do caderno internacional, normalmente desconhece o caminho que ela faz até chegar ás bancas. A construção dessas notícias nos principais jornais mineiros, Estado de Minas e Hoje em Dia, é feita por uma equipe composta por um editor, subeditor e o diagramador. Esses profissionais trabalham lado a lado na redação.
Esse caderno possui algumas particularidades, pois não possui repórteres, então as empresas lançam mão às agências de notícias. As agências vendem pacotes com informações diárias sobre tudo que acontece no mundo. Assim, as empresas encurtam o tempo e a distância, os principais desafios enfrentados pelos jornalistas. O subeditor do caderno internacional do jornal Estado de Minas, Pablo Pires, disse que seu trabalho funciona como um copydesk: ele junta todas as informações que recebe das agências e reescreve um novo texto em cima disso.
Pablo fala que sua rotina começa às 14h. Assim que chega à redação verifica todas as notícias que foram enviadas pelas agências. No caso do EM, são associadas três agências: Reuters, Air France Press e Association Press. Juntamente, as agências mandam uma pauta própria, como se fosse um resumo das matérias de maior destaque. Pablo conta que, a partir daí, ele monta a sua pauta. Depois é feita uma reunião com os editores para decidir onde cada matéria irá entrar e o local de destaque que será dada a cada uma. Ele mesmo escreve as matérias, as notas e escolhe as fotos do caderno internacional.
O editor do caderno Mundo do jornal Hoje em dia, Ruy Pales, explica que esse tipo de trabalho “poda” a criatividade do jornalista. E que a editoria de internacional é a menos desejada pelos profissionais da área, pelo fato de ser um trabalho menos autoral. E que o primeiro caderno a perder páginas é esse, em função dos anúncios publicitários ou de notícias “mais interessantes”.
O desejo da maioria dos jornalistas é poder contar com uma equipe completa, editor, editor adjunto, coordenadores de pauta, redatores, tradutores, diagramador, repórteres especiais, correspondentes internacionais e colaboradores em vários países do mundo. Aliás, o fato de grandes jornais manterem o “esquema” de equipes pequenas e insuficientemente apoiadas tem gerado críticas de jornalistas brasileiros, como Alberto Dines, criador do Observatório de Imprensa. “O trabalho das editorias internacionais fica prejudicado”, afirma ele.
Em São Paulo a realidade é diferente. O jornal Folha de São Paulo é uma das poucas empresas a possuir maior número de profissionais na editoria internacional. A equipe é formada por nove profissionais: um repórter especial e redatores contratados, além de correspondentes atuando em Washington, Caracas, Pequim, Nova York e Genebra. Conta também com uma rede de colaboradores em Londres, Paris, Berlim, Bruxelas e outras cidades. A Folha possui, inclusive, uma agência nacional que fornece informações para outros jornais brasileiros.
A editora adjunta de internacional do caderno Mundo e da Folha de São Paulo, Luciana Coelho, explica que houve uma crise na imprensa brasileira após o “estouro da bolha” da internet e aumento do preço de papel. A jornalista conta que houve um enxugamento das equipes, reduzindo pessoal e viagens ao exterior, sobretudo entre 2002 e 2005. ”O impacto na Folha acabou sendo minimizado por, historicamente, as equipes de internacional aqui terem um nível alto”, afirma Luciana. Ainda assim ela admite que houve limitações que só agora estão sendo revistas. “A situação já está mudando com o aumento de investimentos na área internacional e em viagens, renovação da equipe, com a saída de alguns jornalistas mais antigos e abertura de novos postos de correspondentes”, completa a editora.
Luciana começou sua carreira, como estagiária, na equipe estrangeira da agência de notícias, Reuters, em 1997. Três anos depois, já formada foi para a CNN de onde saiu, porque o projeto da rede americana para o site brasileiro não vingou. Convidada para trabalhar na Folha, foi redatora, correspondente em Nova York e atualmente é editora.
Os jornalistas Luciana Coelho, Pablo Pires e Ruy Pales possuem uma paixão e uma luta em comum: o compromisso com as suas profissões, independente das dificuldades, para exercerem plenamente o seu trabalho. Eles acreditam e gostam do que fazem.
Segundo eles, os requisitos básicos para que o estudante de jornalismo atue na área de internacional são: uma boa formação em história e geopolítica, conhecimentos básicos de economia e política, ler muito e sobre assuntos variados. “A função de todo jornalista é ser a ponte e o tradutor do fato para o leitor”, analisa Luciana.

Nenhum comentário:

Somos quem somos porque queremos.

É sério! A gente tem a chance de sonhar os sonhos que a gente quer. Daí a realizá-los é uma questão pessoal de luta, discernimento e vontade de vencer!

Arquivo do blog

Minha foto
BH, MG, Brazil
Sou na luta pela vida, alguém que não desconhece seus iguais. Sonha com a pureza de realizar algo que consiga sensibilizar o rude de coração e convencer o incrédulo que o amor existe se a gente deixar de amar só a nós mesmos.